Só o desejo de sucesso não é suficiente para fazer um negócio novo prosperar. Muitas vezes, o sonho pode se transformar em pesadelo se não houver conhecimento sobre o mercado e planejamento na hora de empreender. No Dia do Empreendedor, comemorado nesta quinta-feira (5), confira dicas de Guilherme Soares, vice-presidente de aquisição e receita da Contabilizei, maior escritório de contabilidade do Brasil, sobre os principais erros que podem ser fatais para micro e pequenas empresas.
“O plano de negócios é a organização da ideia no papel e uma das principais ferramentas para estruturar a teoria que leva à ação. Quando uma pessoa cria um negócio novo, não desenvolver um modelo norteador desencadeia falta de direção e processos, gerando uma série de desafios e incertezas, que impactam diretamente no sucesso do negócio. Com a estratégia definida, é possível testar as possibilidades, ganhar mercado e manter o negócio em um bom patamar”, explica o executivo.
De acordo com a orientação do especialista, fazer um plano de negócios é mais simples do que parece a princípio. É preciso formalizar as informações da empresa descrevendo os objetivos, a organização e a estrutura, ramo de atuação, público-alvo, ou seja, os clientes ou consumidores, quem são os fornecedores necessários, quais os concorrentes, analisar o mercado, verificar os pontos fortes e fracos, as ameaças e oportunidades e, ainda, incluir as ações operacionais, financeiras e de marketing. O formato pode ser simples: em um documento ou mesmo utilizando um modelo Canvas, por exemplo.
O investimento inicial de uma empresa pode ser definido como o montante financeiro necessário para que um empreendedor torne o projeto em realidade. Em outras palavras, representa quanto de dinheiro é preciso ter para que um negócio comece efetivamente a funcionar no Brasil. Dentro desse cálculo é preciso inserir todos os custos iniciais de uma empresa, indo desde o necessário para montagem da infraestrutura, administração, treinamentos, divulgação, bem como os gastos para abrir um CNPJ.
Outro ponto que requer atenção é o planejamento financeiro. “Quem está começando não pode contar apenas com o lucro obtido pela empresa. Não se organizar antes de iniciar o negócio limita o crescimento e a expansão da empresa, que precisará trabalhar com o lucro obtido inicialmente como capital de giro para cumprir com as obrigações. É preciso ter capital suficiente para abrir o negócio e sustentar-se até que a empresa dê resultados, mantendo o equilíbrio entre ativos e passivos, custos fixos e variáveis. Por isso vale pensar em algo entre 6 e 12 meses, pelo menos, como segurança”, orienta.
Na prática, capital de giro é ter caixa para pagar as despesas e dívidas de curto prazo sem precisar de financiamento de terceiros. Este modo de fazer tem até um lema: “cobre cedo e pague tarde”, ou seja, os prazos de recebimentos devem ser mais curtos do que os de pagamento. Aliás, capital de giro (caixa) é diferente de ter uma reserva financeira, aquele valor guardado para cobrir imprevistos – demissões, queda de vendas, impossibilidade de operação. O montante varia conforme o somatório das despesas mensais e, no geral, a recomendação é ter de 6 a 12 meses deste valor como reserva de emergência.
Segundo o vice-presidente da Contabilizei, uma das principais falhas cometidas pelo empreendedor que está começando é misturar as despesas pessoais com as despesas de pessoa jurídica. Além de contribuir para a falência da empresa, a prática configura também erro fiscal, podendo gerar multa para o responsável. “Para evitar confusão com as despesas, o fundamental é abrir uma conta própria para o CNPJ, o que pode ser feito mesmo sem sair de casa, graças às praticidades oferecidas pelos bancos digitais”.
No quesito tributações, há regimes que se aplicam a todo tipo de negócio. “Escolher o tipo errado de tributação resulta no pagamento inadequado de impostos e, ainda, impede o empreendedor de aproveitar os benefícios fiscais para a sua atividade ou a menor carga tributária legalmente possível, o que consequentemente resulta em lucro menor para a empresa”, completa. “Por isso, nessas horas, é importante contar com o apoio de uma contabilidade segura e de confiança no mercado”.
Por fim, o especialista chama atenção aos perigos da falta de conhecimento do negócio e do mercado. “Abrir e manter uma empresa exige tempo, dedicação e trabalho. Não basta apenas ter boa vontade e desejo de crescer na empresa, é preciso entender sobre o mercado, a concorrência e as rotinas financeiras, a fim de evitar até uma possível falência do micro ou pequeno empreendedor”, finaliza.